quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Poltergato, o femônimo

Em cinco meses de convivência com o Felino, aprendemos muito – eis uma bela desculpa pela falta de atualização deste blog. Nossos parcos momentos de lazer são divididos em: tirar o gato de cima do armário; evitar que o gato coma todas as plantas e vegetais da casa; cuidar para que o gato, num surto kamikaze, não pule da janela com seus ataques desastrados; proibir o gato de tomar água da privada; abrir a torneira da pia pro gato não morrer empapuçado; tomar conta para que o gato não destrua o que restou da nossa casa. Após o aloprado felino ter dizimado uma bernunça e um boi de mamão de cerâmica, um jogo da velha de cangaceiros, um porta velas e quebrado covardemente a perna de um indefeso coelho de páscoa, ele sorrateiramente abriu buracos no forro da cama (onde hoje ele clama ser seu território independente), num árduo trabalho que custou dias e noites de ‘malinagem’. Nem Alcatraz segura o sujeitinho.

A sociedade protetora dos gatos de rua já nos intimou para algumas audiências após denúncias de que estaríamos utilizando spray de cânfora para acalmar o bichano durante seus surtos psicóticos diários. Outros reclamam também de nossa má vontade por servir ração menos de 15 vezes por dia e por não utilizar a psicologia adequada para educar o animalzinho. O que diriam eles se soubessem que cogitamos um preto véio, um exorcista e um xamã (trabalhando em equipe) para retirar este corpo estranho que alopra nosso bichinho de estimação, carinhosamente rebatizado de ‘Poltergato’? A última das audiências, por exemplo, tratou de nosso cruel hábito higiênico que consiste em limpá-lo diariamente com lenços umedecidos e ‘banhos secos’ do Senninha® que lhe conferem o agradável odor de papel higiênico perfumado. Alegamos em nosso favor a insuportável situação do Felino desfilar elegantemente pela casa (e pelas almofadas) com seu fiofó recheado. A denúncia partiu de uma desalmada vizinha que não suportou os miados do gato quando o Érico limpava suas infames partes.

Neste exato momento, Felino está no meio de nós, sem desconfiar de que ele é o assunto do dia e que nossos milhões de leitores irão se sensibilizar mais com nossa situação de pobres donos de um gato trelelé do que do seu farto dia-a-dia de sono, ração, água corrente (da torneira, quando não do vaso) e malinagem.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A leda o sofá e o retorno

Passados alguns meses de preguiça e inatividade, a leda o sofá e especialmente nós, Érico e Felícia, temos algumas novidades a postar. Não que quem nos conheça já não saiba, mas vale o registro, ora pois.

De março pra cá, o sofá continua o mesmo, a leda manda um abraço saudoso lá de vez em quando, enquanto nós habitamos um cafofo maior e compartilhamos a (nem sempre) agradável companhia de Felino, o gato covarde. Arranhador geral da nação, ele é o folgado morador do subsolo de uma cama box, devorador de meio quilo de ração por semana, que adora ser varrido (então turma, eis o literal ‘doido varrido’) e que teimosamente se diverte com tudo que não pode (ou especialmente com o que não queremos).

Temos, então, novidades demais pra um só post – entraremos nos pormenores nos capítulos seguintes da boa e velha malacagem do mundo de Leda, o sofá e o Felino. E nós, onde sobramos? Varrendo o chão (e o gato), recolhendo as nove toneladas de lixo diário que um apartamento maior nos traz, entre outros afazeres ‘amelísticos’ democraticamente divididos. 80% é da Felícia, 15% fica com nossa diarista, 3% o Felino ajuda e 2% eu deixo pra Divina Providência resolver.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Virei uma SCM

Ando meio cansada de tanta trecnologia a minha volta. Meu tempo tem sido preenchido com leitura de manuais de instruções e ligações para assistências técnicas.

Isto tem sido tão rotineiro que a da Brostomp já deu um ultimato: se chamá-los novamente e não constatarem nenhum problema na lavadora de roupas terei que me coçar e desembolsar o valor do deslocamento do técnico. Tento argumentar que a culpa não é minha, que máquina não filtra, simplesmente parou, deu pane, que as roupas após lavadas parecem mais fantasias de algum bloco carnavalesco de muito mau gosto tamanho o número de plumas e todo tipo de porcaria que ficam grudadas.

Blim, blom!!! Chega o técnico e eu já salto com minha ladainha de reclamações àquela que era para estar me ajudando e por enquanto só tem feito desgraças ao meu guarda-roupa e ao do Érico.

Meus modelitos maravilhosos todos emplumados.

O técnico mexe e remexe, observa, olha, fuça de novo e vaticina – O problema na sua máquina é que tem tanta areia que a senhora poderia aterrar a orla inteira da cidade. Olho com uma cara de espanto – muito necessária para que eu não pagasse o deslocamento – e digo: como assim...

Ele me fulmina com os olhos, pede que eu assine um papel e muito puto me passa um carão – Como o problema causado a sua máquina não foi de fabricação e sim por puro descuido da senhora eu deveria cobrá-la! Esta já é a segunda vez que viemos aqui em menos de dois meses e nada é constatado! Eu descaradamente retruco: Mas quando comprei lá na loja não me disseram que vinha com compartimento de areia!!!

Um mês depois a p&*¨%% da lava louça resolveu inundar a cozinha. Tô meio titubeante em ligar para a assistência!! Vai que me cadastraram no SCM (Serviço de Clientes Malas)!

terça-feira, 20 de março de 2007

Loucuras de uma insone

Ultimamente meus dias se dividem entre os não dormidos e os mal dormidos. E tudo ficou pior depois que li na Piauí deste mês sobre uma misteriosa moléstia que mata de insônia membros de uma família veneziana, quando eles chegam aos 50 anos. Pronto. Foi o suficiente para eu ficar mais uma madrugada pulando da cama para o sofá, de lá para a geladeira, voltando para a cama, com ódio do "folgado" do Érico por ele estar tão absorto em seus sonhos e roncos. Principalmente nos roncos.

O dia amanheceu e eu ali, resgatando da minha memória afetiva toda a árvore genealógica da família para descobrir se dentre a parentada alguém bateu as botas por não conseguir dormir. Constatei que alguns morreram de cansaço sim. Mas de tanto trabalhar, beber ou reclamar. De Insônia Familiar Fatal ninguém tinha padecido não.

Pensei em meus avós. Eles dormiam bem, acho que até demais. Morreram muito depois dos 50. Vai ver porque não eram venezianos. Longe disso. A causa mortis foi diabetes crônica. Parei de surtar com a tal da IFF, bati o olho no relógio e já eram 8 horas. Li as colunas de tudo quanto era jornal, passei uns e-mails, botei roupa na máquina e fui dormir. Acordei quase a uma da tarde e fiquei bastante tentada a ligar para um laboratório e perguntar se parcelava no cartão o exame de diabetes. Ando sentindo uma dor tremenda nas pernas...

domingo, 18 de março de 2007

O que é um peido...

Depois de flagrar, nas páginas policiais, o marido estricnado espancar uma messalina e redimir o pobre coitado em pleno Carnaval, dona "Maria do Carmo" Vieira volta fulgurosa estrelando a campanha de um iogurte que se vende como poderoso laxante.

Não podiam pensar em estrela mais adequada a esse papel de incentivar cagadas.

Ela não é rainha mas adora um trono.

Nem que seja o trono de cornélia mais mansa da nação.

Loto caipira

De vez em quando, com um pouco de sorte, bebe-se litros de chope e na hora de pagar a conta, o rabudo ganha R$ 50 num sorteio de promoção. Em outras, se encontra uma nota graúda no chão de um bar esperando a gentileza de ser juntada e bem gasta antes da primeira pisada. Em ocasiões mais raras, se encontra uma obra de arte perdida entre uma montoeira de CDs relegados à segunda divisão. Se a Felícia não acertou as dezenas da mega sena nem na lotomania nesse fim de semana, pelo menos ela tirou do ostracismo um disco ao vivo da Orquestra Paulistana de Viola Caipira. Com todas as cifras no encarte. E facilmente tocável num violão afinado em mi. Mais fácil quando se está acompanhado, entre um ponteio e outro, da pura pinga luizalvense.

Entre guarânias, toadas, cururus e cateretês, lembrei de como descolei essa preciosidade. Relegada, desde então, à sobra de discos enviados pela Kuarup Discos à redação do suplemento de cultura do jornal A Notícia. Enquanto os Sonic Youth, Pearl Jam e outras quintessências roqueiras eram disputadas no grito, sobraram na roda dos enjeitados compartilhadas com a redação, entre o Dicró no piscinão de Ramos e uma coletânea do Leoni, essa gravação ao vivo em São Paulo de uma turma de 53 violeiros (destes, três violeiras e um canhoto!) regidos pelo produtor e arranjador Rui Torneze.

Quase cinco anos atrás, quando tirei o disquinho do terceiro mundo do jabá ouvi uma coisa ou outra, achei bonito e tudo, mas não foi pra mala que me acompanhou no exílio. Abria com o hino nacional e como eu não andava dos mais ufanistas naquela época, a Orquestra voltava a seu karma de poeira e péssima companhia no porta CDs. De repente, batemos de cara com um trenzinho caipira aqui, a música-tema do Som Brasil que emocionava os ébrios da casa e mais um monte de coisas doídas de tão bonitas.

Ando devagar porque já tive pressa

Levo esse sorriso porque chorei demais

(...) Penso que cumprir a vida seja simplesmente

Compreender a marcha e ir tocando em frente

É que a viola fala alto no meu peito humano

E toda moda é um remédio pro meu desengano

Pronto.

Isso é muito mais triste que Radiohead! Se o Thom Yorke soubesse português, se enforcava.

Pois se uma viola é bonita, o que dirá um montão delas?



Para Rolando Boldrin


terça-feira, 13 de março de 2007

Primeirão!

Bem vindos ao errático mundo da Leda, do sofá e de nós.
Prometemos não prometer nada.

Não iremos postar nada com "ouvindo: música da banda cool", a não ser para nos divertirmos às custas do cool.

Ouvindo: merda no telejornal das 7 (qualquer um serve)